sábado, 30 de maio de 2009

Nós... além dos outros

"Il faut se garder d'en déduire des règles de conduite: elles ne doivent pas avoir besoin d'être formulées pour qu'on les suive." (Boris Vian, L'écume des jours)

Se até os grandes Coldplay são acusados de plágio, eu não quero semelhante epíteto e apresso-me a confessar que o título do recém-nascido é inspirado na obra cujo excerto serve de epígrafe a este post. Assim, para início de conversa, dou barbatanas (dar asas era mais poético, mas estragava a metáfora-imagem da espuma do mar...) a um blogue que há-de nadar ao sabor das ondas de cada dia, ou de cada semana, ou de cada mês. E há-de procurar o que se esconde atrás dessas ondas...

Há, de facto, muitas regras que nós somos supostos seguir (uma construção sintáctica britânica para temperar a entrada à la française), mas das quais nem sempre nos apercebemos. Se as regras sociais são codificadas nas práticas quotidianas e nelas se actualizam, as regras de convívio interpessoal têm uma natureza diferente e nem sempre são transparentes.
Às vezes, precisamos de uma certa sensibilidade para perceber quando devemos ficar calados, quando devemos falar, quando estamos a falar de mais, quando estamos calados de mais... E nem sempre é fácil! Às vezes, precisamos de perceber que devemos agir em função do que nós próprios queremos e sentimos, e não apenas em função do que os outros querem! Isto não é uma afirmação egoísta, mas apenas a constatação de que só se estivermos bem poderemos andar de cara levantada e, já agora, acompanhar os outros. Uma das maiores aprendizagens que podemos fazer – que eu tenho feito... – é a de que olhar por nós é o primeiro passo para podermos olhar pelos e para os outros! Porque, na verdade, há coisas que só ganham sentido para nós (mesmo que os outros as vejam há muito) quando nós próprios as dizemos e sentimos...

4 comentários:

  1. Olá, escrever sempre foi a melhor terapia, mas isso é só para mim...

    benvindo...

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  2. Bem-vindo à blogosfera! Gostei de ler e de te ler... texto profundo, didáctico, quiçá um pouco académico, mas sem dúvida interessante e depurante.

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  3. "O mundo alheio é aquele onde cada um não deseja viver. E se o mundo onde cada um deseja viver não existe, o único recurso: imagina-lo e ir por ele." Almada Negreiros

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