segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Fazer história com a história da língua para variar

A esta hora, deveria eu estar a ler algo mais sobre a elevação das átonas no Português ou sobre os juízos de valor e o ensino da língua. E vou já a seguir. Mas apeteceu-me tergiversar... sem tergiversar.
Na quarta e na quinta-feira, dias 9 e 10, jogo o meu futuro profissional. São 90 minutos na primeira mão e quase 120 na segunda mão. Jogo os dois desafios em casa, mas com visitas ilustres, que sabem fazer, pelo seu saber e pelo seu prestígio, de qualquer casa a sua casa.
Se as minhas "Variações sobre variação e mudança" convencerem o júri , e se as variações sobre os temas supra-citados e sobre o meu currículo também, arrisco-me a ter um contrato vitalício de fazer inveja àquele que há uns bons anos o João Vieira Pinto assinou com o Benfica.

E sinto que este é um desafio ganho à partida, por muito polémica que possa ser esta afirmação. Tão polémica que convém explicar o que significa ganhar o desafio antes de ele começar... sem pensar fazer prognósticos no fim do jogo. Mesmo sendo uma partida de início de época (e de fim de saldos), é um jogo grande e que estou a preparar há muito tempo, até durante o defeso. Tanto tempo que me tem permitido conquistar várias vitórias: investigar sobre temas que adoro, escrever sobre eles e ser lido por quem tanto sabe sobre o assunto e sobre o ofício da escrita, sentir o apoio constante do 12.º jogador, de tantos 12.ºs jogadores, e chegar à antevéspera do dia H (de História da Língua Portuguesa, de heterogeneidade linguística, social e existencial) com vontade de escrever sobre o tema, em vez de ter vontade de vomitar sobre o dito...
Por isso, mesmo que tropece num tufo de relva com fricativas escondidas, num grupo de adopção com a chuteira estendida ou num canto povoado de ditongos traiçoeiros (ou traiçoairos, ou traiçoeros), já ganhei! E comecei a ganhar quando senti o encorajamento de várias pessoas, sobretudo de algumas cujo espírito estará, férreo, nos dois jogos, mesmo que o corpo esteja noutra parte deste mundo... ou do outro!

No entanto, como desconfio das vitórias morais, vou tentar fazer história com muitos golos em poucos remates, sem dar pontapés na língua portuguesa e na sua história, mesmo que o pontapé de saída aconteça num dia em que a Selecção Nacional joga com uma Hungria cujo idioma nada tem a ver com a nossa língua materna.

Será que as átonas já estão suficientemente elevadas? Vou ver...

2 comentários:

  1. Amigo, com tanta analogia futebolistica,espero que tenhas adoptado um sistema de jogo eficaz, e que acima de tudo o seleccionador não seja o queiróz. (escrevi com minuscula propositadamente meu caro)
    Vai correr tudo bem no teu grupo de apuramento concerteza, quanto ao que vai der televisionado, já não posso dizer o mesmo.

    Nuno Oliveira

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  2. Muito obrigado, Nuno!
    Joguei pró Mundial, felizmente!

    Abraços

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